Na TV, pastor "abençoa" deputado federal antigay

Ricardo Feltrin
Colunista do UOL

Em seu programa "Vitória em Cristo", nesta sábado, na Band, o pastor Silas Malafaia comemorou a eleição do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à presidência da Câmara.

"Com ele (Eduardo) não vai ter (andamento) esses projetos para beneficiar gays ou aborto", afirmou Malafaia.

Em seguida, fez uma oração para abençoar e desejar proteção e sorte a Cunha, que é conhecido também por suas posições antigays.

"Estamos sob ataque dos gays, abortistas e maconheiros", escreveu no ano passado em rede social.

Cunha já havia recebido (e agredecido) o apoio à sua eleição de outro evangélico polêmico, o pastor-deputado antigay Marco Feliciano (PSC-SP).

Cunha, aliás, também é evangélico, ligado à igreja Sara Nossa Terra.

Já Malafaia, 56 anos, é um dos mais conhecidos pastores e grande crítico a projetos ligados à causa gay.

Dono de uma retórica feroz, porém sempre bem articulada, se difere de outros pastores televisivos por declarar claramente suas opiniões políticas e também por não pedir dinheiro aos fiéis de forma ostensiva (algo raro na evangelização atual na TV).

Ele já se manifestou contra projetos que criminalizam quem fizer críticas à orientação de gays e lésbicas e combateu duramente projetos como o do deputado Jean Willys (PSOL-RJ), que permite que pessoas transgênero realizem cirurgias de adequação sexual e o uso do nome social em seus documentos.

Malafaia afirma não ser preconceituoso e que pratica a liberdade de expressão --especialmente por ser um pregador.

"A minha luta não é contra pessoas e sim contra uma ideologia que quer destroçar os bons costumes", postou no Twitter no ano passado, contra o projeto de Willys.