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24/09/2009 - 15h45

"Um dos nossos fotógrafos poderia ter sido morto", diz diretor da AFP sobre processo contra Gisele Bündchen

NOVA YORK, EUA, 23 Set 2009 (AFP) - A Agência France-Presse e dois fotógrafos que foram alvo de um disparo realizado pelos seguranças da top model brasileira Gisele Bundchen e de seu marido, o astro do futebol americano Tom Brady, abriram um processo contra o casal por "negligência e imprudência" e estão pedindo a quantia de um milhão de dólares a título de indenização.

O incidente aconteceu em abril passado, quando o fotógrafo da AFP, Yuri Cortez, e seu colega, Rolando Aviles, do jornal costa-riquenho Al Dia, cobriram a festa de casamento de Gisele em sua mansão na Costa Rica.
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    Em frente ao carro que está com vidro estilhaçado, o fotógrafo da agência AFP mostra a bala disparada por segurança de Gisele Bündchen e Tom Brady durante a cerimônia de casamento na Costa Rica (04/04/2009)


"A decisão de processar o senhor Brady e a senhora Bündchen foi tomada por uma questão de princípio, levando em conta a gravidade dos fatos. A AFP não visa ganhar dinheiro com este caso", declarou Philippe Massonnet, diretor de informação da agência de notícias francesa.

"Um dos nossos fotógrafos poderia ter sido morto durante a cobertura. A bala passou a poucos centímetros de sua cabeça", acrescentou, precisando que a AFP inicialmente havia tentado - em vão - uma conciliação com os advogados do casal.

Um dos advogados da agência informou que ainda não recebeu uma resposta dos processados.

Segundo o processo aberto, os dois jornalistas - que fotografavam a festa de uma propriedade vizinha - retornavam para seu automóvel quando foram recriminados pelos seguranças do casal "de maneira ameaçadora".

Os fotógrafos foram obrigados a entrar de carro na propriedade de Gisele Bündchen, onde os seguranças queriam que entregassem suas câmeras e seus cartões de memória, ao que se negaram.

Quando viram que um dos guarda-costas, que tentou entrar no veículo para pegar as máquinas, estava armado, os fotógrafos tentaram abandonar o lugar.

"Nesse momento, um dos seguranças abriu fogo", segundo o texto do processo. A bala quebrou o vidro traseiro do veículo, e por pouco não acertou os jornalistas.

O texto acusa o casal Brady-Bündchen de "expor Cortez e Aviles a um elevado risco de ferimento grave ao autorizar que seus funcionários abrissem fogo com a intenção de matar ou ferir".

O documento enfatiza ainda que o casal sabia que sua festa ocasionaria uma intensa cobertura por parte da imprensa e se revelou "negligente e imprudente na contratação, seleção e formação dos seguranças".

"Em consequência, os senhores Cortez e Aviles receberam ferimentos físicos e sofreram angústia mental", indica ainda o documento, que recorda que a AFP "se esforça por todos os meios para proteger seu pessoal e seus contratados locais e não tolera que os mesmos sejam agredidos no exercício de sua missão a serviço da informação".

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