Gareth Cattermole/Getty Images ![]() O diretor Oliver Stone na première de "South Of The Border" em Londres (19/7/2010) |
Nova York, 27 jul (EFE).- O cineasta americano Oliver Stone se desculpou hoje pelos polêmicos comentários que fez em entrevista ao jornal inglês "The Sunday Times" sobre o Holocausto e o ditador nazista Adolf Hitler, e pelos quais foi acusado de antissemita.
"Fiz uma trôpega associação sobre o Holocausto, que lamento e da qual me arrependo", declarou o diretor em comunicado divulgado por seu agente e no qual deixa claro que considera que o assassinato de milhões de judeus pelos nazistas foi "uma atrocidade".
No domingo passado, quando a entrevista com Stone foi publicada no "Sunday Times", muitos leram nas palavras do cineasta uma defesa a Hitler.
"Hitler foi um Frankenstein, mas também houve um doutor Frankenstein", afirmou Stone na entrevista, na qual acusou os "industriais alemães, americanos e britânicos" de apoiar o então governante alemão e declarou que o nazismo fez muito mais danos "aos russos que aos judeus".
Para o diretor, se ainda se fala do Holocausto, é porque "os judeus controlam os meios de comunicação".
"Trata-se de um grupo de trabalhadores incansáveis, um grande grupo de pressão, o mais poderoso em Washington", que, segundo Stone, é formado por judeus que trabalham diariamente para que o Holocausto ainda ocupe as primeiras páginas.
O cineasta ainda afirmou que "Israel pôs a política externa americana a perder durante anos".
Após a avalanche de críticas, o diretor, que tem raízes judaicas, quis explicar que essas palavras vieram de sua vontade de "ver de um ponto de vista histórico mais amplo o número de atrocidades cometidas pelos alemães contra muitos povos".
"Obviamente, os judeus não controlam os meios de comunicação ou qualquer outra indústria. O fato de que o Holocausto é ainda um assunto muito importante, que está vivo e é atual, se deve, de fato, ao grande trabalho de uma ampla coalizão de pessoas comprometidas com a lembrança dessa atrocidade", acrescentou Stone.
As palavras de Stone despertaram os protestos de diversas associações de judeus, entre elas o Comitê Judaico Americano (AJC, na sigla em inglês), que acusou o cineasta de "descobrir-se como antissemita" por suas declarações "grotescas, tóxicas e cheias de estereótipos".
Não é a primeira vez em que Stone faz comentários tachados de antissemitas. Em janeiro passado, o diretor disse que Hitler era simplesmente um "bode expiatório" da história.