CARTUM, Sudão (Reuters) - O ator George Clooney interrompeu sua primeira viagem como "mensageiro da paz" da Organização das Nações Unidas (ONU) e regressou de Darfur (Sudão) para casa, após ter ficado doente, disseram na terça-feira fontes da entidade mundial.
Clooney viu-se obrigado a cancelar também uma visita ao vizinho Chade, país atingido pela onda de violência vinda do território sudanês.
"Ele ficou doente e voltou para Cartum", afirmou um integrante da missão da ONU. Porta-vozes da entidade não quiseram se manifestar sobre o caso.
As contundentes opiniões do ator sobre o conflito em Darfur, que ele descreveu como um genocídio, fizeram com que a ONU não alardeasse a visita dele. Os pedidos de entrevista foram recusados e os meios de comunicação não tiveram autorização para filmá-lo.
Clooney começou a sentir febre e dores de estômago, voltou para Cartum e cancelou a segunda parte da sua viagem, ao Chade, disseram as fontes. O ator voou para fora do Sudão na terça-feira de manhã.
Clooney e seu pai visitaram o Chade em 2006. O país abriga atualmente 240 mil refugiados vindos de Darfur.
Os conflitos na região sudanesa começaram em 2003, quando rebeldes em sua maioria não árabes tomaram em armas contra o governo do país, que acusam de negligenciá-los.
A fim de sufocar a revolta, as autoridades sudanesas mobilizaram milícias majoritariamente árabes conhecidas como Janjaweed, acusadas agora de cometer atrocidades.
Em 2004, o governo norte-americano descreveu o conflito como um genocídio, um termo que os países europeus mostram-se relutantes em acatar e que as autoridades sudanesas rejeitam.
(Reportagem de Opheera McDoom)