LOS ANGELES (Reuters) - Michael Jackson teve desavenças com muita gente quando estava vivo, mas talvez ninguém mais importante do que Jacqueline Kennedy Onassis.
A ex-primeira dama, como editora da Doubleday Books, garantiu um disputado acordo para que a estrela do pop escrevesse um livro em 1984, quando ele ainda era campeão de vendas com seu álbum "Thriller", lançado dois anos antes.
"Ela era a única pessoa nos Estados Unidos que conseguia trazê-lo ao telefone", disse Stephen Davis, o "autor-fantasma" de "Moonwalk", em recente entrevista à Reuters.
De acordo com uma reportagem da revista "People" na época, Onassis pagou a Jackson um adiantamento de US$ 300 mil. Davis recebeu o que ele chamou de "um generoso pagamento fixo" pelo livro.
Lançado em 1988, ganhou o primeiro lugar na lista de best-sellers do "New York Times" e esgotou rapidamente a primeira edição de quase 500 mil cópias, lembra ele. O próximo passo lógico seria lançar novas edições e depois lançar uma versão de bolso. Mas Jackson, que tinha controle total do projeto, vetou ambos os planos--deixando Onassis muito irritada.
As relações entre os dois ícones culturais já sofriam desde que Jackson ameaçou bloquear a publicação do livro caso Onassis não escrevesse uma introdução sentimental.
Onassis era muito cuidadosa com sua vida particular e não queria seu nome em nenhum livro que havia editado. Contudo, ela fez uma exceção, ainda que relutante, e escreveu uma sinopse de três parágrafos.
O grande "furo" do publicação foi a acusação de Jackson de que seu pai o batia. Jackson também contou como ele e seus irmãos tinham de se apertar em duas camas de hotel em suas turnês quando crianças: "E até hoje, é assim que mais gosto de dormir."