Brainpix ![]() O empresário e apresentador Donald Trump em evento do canal NBC, em Nova York (17/5/2010) |
NOVA YORK (Reuters) - Donald Trump e os promotores de seu hotel-condomínio (um edifício que é um misto de hotel e apartamentos pertencentes a proprietários individuais) Trump SoHo estão sendo processados por compradores que os acusam de ter aumentado fraudulentamente as cifras de unidades vendidas no edifício para encorajá-los a comprar unidades, inflando a saúde financeira do projeto.
A ação foi registrada em uma corte federal de Manhattan na noite de segunda-feira por 15 querelantes, menos de quatro meses após a inauguração do edifício de 46 andares e três meses depois de o plano de oferta de apartamentos ter entrado em vigor.
O Trump SoHo é uma joint venture entre a Organização Trump, o Bayrock Group LLC e a Sapir Organization LLC. O preço mínimo de sua unidade menor é 1,2 milhão de dólares.
De acordo com a ação, em suas ofertas de venda e na divulgação feita para a mídia nos primeiros 18 meses de marketing, os réus afirmaram que "30, 40, 50, 60 por cento ou mais (das unidades do edifício) já estavam vendidas".
Em vez disso, quando o plano de oferta de apartamentos entrou em vigor, os compradores ficaram sabendo que apenas 62 dos 391 apartamentos - ou seja, 16 por cento - tinham sido vendidos. O mínimo necessário era 15 por cento.
Muitos bancos não concedem financiamento aos compradores de apartamentos quando uma porcentagem grande das unidades, geralmente 50 por cento, ainda não foi vendida. Advogados acreditam que, quando isso acontece, pode haver riscos maiores, devido às obrigações dos responsáveis pelo projeto junto a seus próprios credores e ao próprio condomínio.
"Os querelantes foram enganados individualmente, sendo induzidos a assinar seus contratos sobre premissas faltas, e a fazer seus depósitos adicionais", escreveu o advogado Adam Leitman Bailey. "Os esforços coletivos dos réus para inflar as vendas por meio de declarações falsas e enganosas levaram todos os compradores a perder a opção de revogar seus contratos, coisa que, na ausência de fraude, todos deveriam ter tido."
Em comunicado à imprensa, Trump disse: "A Organização Trump não é a responsável pelo projeto, mas apenas administradora do hotel, que vem tendo ótimos resultados desde que abriu, quatro meses atrás."
Os outros réus no processo incluem seus filhos Ivanka Trump, Eric Trump e Donald Trump Jr., além da responsável pelo condomínio (os apartamentos residenciais), Bayrock/Sapir Organization LLC.
O projeto Trump SoHo difere da média porque os proprietários dos apartamentos não podem passar mais de 120 dias por ano em seus apartamentos, nem mais que 29 dias consecutivos em qualquer período de 36 dias. Quando os proprietários não os estão ocupando, os apartamentos são alugados a hóspedes do hotel.
(Reportagem de Jonathan Stempel; reportagem adicional de Deepa Seetharaman)