Apresentadora Xuxa perde por unanimidade ação contra o Google

Do UOL, em São Paulo

  • Jorge Araújo/Folhapress

    Xuxa Meneghel passa em frente de cartaz do filme "Amor Estranho Amor", de Walter Hugo Khouri, no qual protagoniza cena de nudez, em São Paulo (1982)

    Xuxa Meneghel passa em frente de cartaz do filme "Amor Estranho Amor", de Walter Hugo Khouri, no qual protagoniza cena de nudez, em São Paulo (1982)

Na última terça-feira (26), a apresentadora Xuxa Meneghel perdeu por unanimidade ação contra o Google, na qual exigia que a empresa removesse os resultados de busca com as expressões "Xuxa", "pedófila" e "pornografia".

Ao pesquisar pelos os termos na internet os usuários encontram imagens da cantora e vídeos em que ela aparece nua ou encenando atos sexuais, como por exemplo, no filme "Amor Estranho Amor"(1982), de Walter Hugo Khouri (1929-2003), em que ela aparece nua com um menino de 12 anos.

A Ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (STJ), anulou a decisão do TJ/RJ que impunha multa diária de R$ 20 mil ao Google caso continuasse a disponibilizar aos seus usuários links de resultados de buscas com as palavras questionados por Xuxa. Ela afirmou ser descabida a imposição aos provedores de pesquisa de qualquer restrição nos resultados realizados por seus sistemas, "sob pena de afronta ao direito constitucional de informação".

"Ainda que os mecanismos de busca facilitem o acesso e a consequente divulgação de páginas, cujo conteúdo seja potencialmente ilegal, fato é que essas páginas são públicas e compõem a rede mundial de computadores", diz a sentença.

A ministra ressalta que a verificação antecipada do conteúdo de cada página que compõe a base de dados de um provedor de pesquisas eliminaria um dos maiores atrativos da internet, que é a disponibilização de dados em tempo real.

Andrighi citou a entrevista de Xuxa ao "Fantástico", na qual a apresentadora relata ter sofrido abuso sexual na infância - "Impediria os usuários de localizarem reportagens, notícias, denúncias e uma infinidade de outras informações sobre o tema, muitas delas de interesse público. A vedação restringiria, inclusive, a difusão de entrevista concedida recentemente pela própria recorrida", reforçou a juíza sobre uma possível proibição ao Google de disponibilizar resultados a partir da palavra pedofilia. 

De acordo com reportagem da "Folha de S.Paulo", o advogado da apresentadora,  Maurício Lopes, irá recorrer da decisão da Justiça. O resultado do processo foi publicado nesta sexta-feira (29) e a defesa tem 15 dias para recorrer após o recesso de julho, ou seja, o prazo começa a valer a partir de agosto deste ano.

Como neste caso a decisão foi unânime, a equipe jurídica de Xuxa terá que encontrar um caso parecido com esse em que a resposta da Justiça tenha sido contrário a essa, ou provar que houve divergência na decisão do STJ.

Caso Cicarelli

A apresentadora Daniela Cicarelli e o ex-namorado Renato Malzoni (Tato) processaram os sites  Youtube, Google, Terra e IG por conta da exibição, em 2006, do vídeo em que o casal aparecia em cenas íntimas na Espanha, e eles foram condenados a pagar uma indenização de R$ 35 mil.

Porém o processo passou por segundo julgamento no Tribunal de Justiça de São Paulo em maio deste ano e o juiz Ênio Zuliani, anulou a primeira sentença, pois entendeu que elas apenas noticiaram uma informação.

 

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