Com todos os filhos vestidos de branco, a missa de corpo em memória de Dona Canô Veloso foi marcada pelo sincretismo religioso. No início da celebração, 17 integrantes do afoxé Filhos de Gandhy executaram o toque de alvorada pedindo que a matriarca da família Velloso descanse em paz.

Dona Canô morreu na manhã de terça-feira (25) de Natal, aos 105 anos, em sua casa, em Santo Amaro (a 71 km de Salvador), ao lado de todos os filhos, com exceção de Caetano, que estava em Salvador. Além dos Filhos de Gandhy, pais e mães de santo também participaram da cerimônia religiosa.

O caixão com o corpo de Dona Canô foi levado à igreja de Nossa Senhora da Purificação pelos filhos. Ela foi velada publicamente no Memorial Caetano Veloso, que fica a 50 metros da igreja.

No final da noite de terça, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, compareceu ao velório. O prefeito eleito de Salvador, ACM Neto, e a senadora Lídice da Mata, também compareceram à missa, que foi celebrada por monsenhor Walter Andrade e contou com a participação de outros padres.

Após a missa, o caixão com o corpo de dona Canô foi colocado em um carro funerário pelos filhos e integrantes da guarda mirim de Santo Amaro, ao som dos sinos da igreja. 

Em seguida, o cortejo saiu em direção ao cemitério municipal de Santo Amaro, tendo à frente integrantes da Irmandade de Nossa Senhora do Amparo. Durante o percurso, o cortejo parou por alguns segundos em frente à casa da família e novamente foi muito aplaudido. Uma imagem de Cristo crucificado foi colocada na entrada principal por familiares de Dona Canô. Maria Bethânia ajudou a carregar o caixão durante o cortejo, ao som do Hino ao Senhor do Bonfim.