"Quero ser um homem diferente", diz Thammy após retirada dos seios

Do UOL, em São Paulo

  • Amanda Garcia/Jovem Pan

    Thammy Miranda participa do programa "Morning Show", na rádio Jovem Pan

    Thammy Miranda participa do programa "Morning Show", na rádio Jovem Pan

Thammy Miranda falou sobre o seu processo de mudança de sexo, que começou com a cirurgia para retirada dos seios, e garantiu que não se incomoda em ser chamada no feminino.

"Me chama do que quiser. Eu há 32 anos sou Thammy. Se quiser me chamar de 'a' tudo bem, ou de 'o', tudo bem também. Se eu quero respeito, também tenho que respeitar as pessoas. Acho que tudo no seu tempo. Meus amigos pessoais se referem a mim como 'ele' ou falam 'dele'", disse em participação no programa "Morning Show", na rádio Jovem Pan, nesta quarta-feira (13).

Thammy deu mais detalhes, dizendo que não pretende ser "um homem diferente". "Não quero ser um homem que se resume em um órgão genital. Quero ser um homem diferente, talvez o trans é um homem evoluído, com uma alma feminina", explicou.

Em relação às mudanças em seu corpo por causa dos hormônios masculinas,  falou que atualmente se sente "como um garoto de 16 anos". Espera que com o tempo comece a crescer pelos e sua voz também mude. 

No final do ano passado, Thammy se submeteu a uma cirurgia para retirada dos seios. "Ficou melhor do que eu imaginava. Meu médico foi tão bom que eu não fiquei com cicatriz nenhuma, ficou  perfeito", falou sobre o resultado em entrevista ao UOL durante o São Paulo Fashion Week. E contou que demorou para realizar o procedimento por conta da decisão ser irreversível.
 
Programa na web
Thammy estreia na noite desta quarta um programa na web chamado de "Aceita que dói menos", que será exibido no canal "Na Lata". Na atração, serão retratadas histórias de pessoas que sofreram homofobia, principalente na família. 
 
Ao falar sobre o programa, Thammy falou sobre a reação da família quando se assumiu – tanto da parte de mãe quanto de pai. 
 
"Minha mãe tomou um choque de primeira não aceitou. A família dela também. Já meu pai e família dele aceitaram numa boa. Eu tive os dois lados. Teria doído menos se ela tivesse entendido antes que não era para chamar atenção, não era safadeza", lembrou. 
 
Em seguida, disse que o objetivo do "Aceita que dói menos" é ajudar na aceitação: "Isso é muito importante, porque se você tem o conforto do seu lar, você enfrenta o mundo. A família te dá estrutura para você enfrentar o mundo". 

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