"Houve choro, houve gritos", diz copiloto sobre acidente com família Huck
Do UOL, em São Paulo
Copiloto do avião Embraer 820C que levava Angélica, Luciano Huck e os filhos do casal a Campo Grande (MS), mas teve de fazer um pouso forçado, José Flávio Zanatto relembrou os momentos de tensão vividos pelos tripulantes no momento do acidente em entrevista ao "Jornal Hoje" desta segunda-feira (25).
"Eles estavam com uma família inteira a bordo, estavam com crianças. Houve choro, houve gritos", contou ele, dizendo que "foi um milagre" todos terem saído bem após o acidente.
Mais cedo, ao "Encontro com Fátima Bernardes", o piloto Osmar Frattini afirmou que Angélica gritou muito no momento da queda e Luciano Huck acalmou a família. "Perdi o motor e o avião perdeu altitude rapidamente. Naquele desespero, a Angélica gritava muito. Luciano acalmou todo mundo. Todos saíram andando do avião".
Ele ainda revelou que Huck percebeu quando eles começaram a enfrentar problemas com a aeronave. "Quando perdeu a potência do motor esquerdo, o Luciano, que entende de aviação, já chegou e falou para mim: 'Comandante, nós estamos monomotor?' e eu falei 'Sim, Luciano, estou com uma pane de motor, é no combustível, uma parte do combustível'".
Frattini ainda deu detalhes do acidente ao ser entrevistado por Fátima Bernardes. "Acendeu no painel uma luz amarela escrito tempo de combustível, que indica uma obstrução de combustível para o motor. Dez segundos depois acendeu a do motor direto também", explicou, completando em seguida: "Eu não tinha mais muito tempo por causa da altura. Havia uma serra na frente, eu não tinha outra opção. Havia risco de explosão do outro motor e assim íamos cair como uma pedra no chão".
Depois, ao "Jornal Hoje", Frattini contou que teve como obstáculo na descida a presença de um rebanho, do qual teve de desviar. "A vaca passou pertinho de mim, subimos, novamente coloquei na altitude, depois [o avião] tocou o solo e deslizou".
Angélica e Huck passam bem
Por meio de comunicado oficial divulgado pela CGCom (Central Globo de Comunicação), Angélica e Luciano Huck informaram que passam bem e agradeceram o carinho do público. Os apresentadores permanecem internados em São Paulo.
"Antes de qualquer coisa, queremos agradecer a Deus", afirmou Huck. "Ontem passamos por um milagre, foi uma situação muito difícil a que vivemos. Mas o que importa é que estamos todos bem. As crianças estão ótimas, o que é o mais importante. Eu e Angélica estamos apenas aguardando o tempo de voltarmos para casa. É importante também agradecer um monte de gente envolvida ontem, desde o santo homem Wilson, que nos viu da estrada e nos resgatou; todo pessoal da Santa Casa de Campo Grande, que foi de uma gentileza enorme; e todo mundo que nos apoiou na cidade. Também a equipe da Amil e do Albert Einsten, que nos recebeu com o carinho de sempre. Quero agradecer também as milhares de orações que a gente vem recebendo de todos os cantos. É um conforto enorme. Podemos dizer que renascemos e vamos comemorar uma nova data de aniversário: dia 24 de maio".
No comunicado, Angélica aproveitou para agradecer também ao piloto que realizou o pouso de emergência. "Também quero agradecer todo mundo que ajudou lá na Santa Casa de Campo Grande, agradecer ao Wilson e à sua esposa, que foram os primeiros a nos acolher e acalmar. E ao piloto, porque ele foi um verdadeiro anjo. E, claro, a todos que estão rezando e torcendo por nós. Estamos muito emocionados com todo esse carinho".
Antes, Angélica disse à coluna de Patricia Kogut, do jornal "O Globo", que está vivendo "um milagre". "Estamos nos recuperando física e emocionalmente. Foi um milagre o que aconteceu. Deus nos salvou", disse a apresentadora. A família foi transferida para o hospital Albert Einstein, em São Paulo após receber os primeiros socorros em Campo Grande. Segundo a CGCom, os dois foram submetidos a exames e passaram a noite em repouso. Os filhos do casal e as duas babás, Marcíleia Eunice Garcia e Francisca Clarice Canelo Mesquita, que os acompanhavam já foram liberados.
O acidente
O avião, modelo Embraer 820C, decolou da Estância Caiman, na cidade de Miranda, e seguia para Campo Grande, em um trajeto de 230 quilômetros, quando sofreu uma falha. O piloto informou os controladores por volta das 11h.
Segundo o capitão médico Mauro Pascale, que participou do resgate, a equipe foi acionada por um alerta de acidente aeronáutico. "Chegamos ao local com quase nada de informações. O Corpo de Bombeiros já tinha assistido as vítimas mais leves. Quem tinha o estado um pouco mais grave era o piloto, que bateu a testa no painel e tinha um traumatismo crano-encefálico leve. Ele estava consciente e foi evacuado pela nossa equipe", afirmou.
Num segundo voo ao local, a equipe coletou material e fez fotos para ajudar na investigação. Por meio de nota, a FAB informou que uma equipe do Quarto Serviço Regional de Prevenção e Investigação de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA 4) seguiu para o local para apurar as causas do acidente.
À tarde, Lorena Leonardo, proprietária da fazenda, tentava controlar o movimento no local, cheio de curiosos. "Isso atrapalha a investigação, tem muita gente aglomerada", disse ela, que foi avisada pelo noivo do incidente. "Quando cheguei, Luciano e Angélica já tinham saído, só tinha ficado o piloto, que havia machucado a cabeça", contou.
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