Advogados querem US$ 163 milhões de Zhang Yimou por lei de filho único
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Etienne Oliveau/Getty Images for IWC
Zhang Yimou no Festival Internacional de Cinema de Pequim
Dois advogados chineses apresentaram uma reclamação ante a justiça contra o cineasta chinês Zhang Yimou, que admitiu ter mais filhos que os permitidos, e pediram uma multa de 163 milhões de dólares por não cumprimento das regras de planejamento familiar, indicou o China Daily.
Além da multa dos poderes públicos, os advogados assinalaram que querem processar Zhang para "expressar a cólera da nação contra as violações das políticas de controle de nascimento por parte das pessoas ricas".
O diretor de "Lanternas Vermelhas" e o "Clã das Adagas Voadoras" reconheceu ter tido três filhos com sua atual esposa e pediu desculpas por meio de sua produtora de cinema, admitindo implicitamente não ter respeitado a política chinesa do filho único.
Além dos três filhos, ele já tinha tido um com sua ex-esposa, violando as normas de planejamento familiar chinesas.
Zhang, de 62 anos e famoso por seus filmes proibidos, é uma das principais figuras culturais da China e promotor do regime. Já participou de grandes cerimônias de Estado, como o 60º aniversário da China comunista em 2009 e a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim-2008.
A imprensa chinesa acusou em maio o cineasta, ausente da vida pública nas últimas semanas, de ter tido pelo menos sete filhos com mulheres diferentes.
Os serviços de planejamento familiar abriram uma investigação sobre o cineasta.
Muitos internautas condenam as violações da regra, consideradas privilégios dos ricos.
Pequim anunciou no mês passado uma mudança significativa em sua política de controle de natalidade, segundo a qual os casais em que apenas um de seus membros é filho único será autorizado a ter dois filhos.
Mas muitos chineses, especialmente os especialistas em economia e demografia, defendem a abolição total da lei ante o envelhecimento da população e o presságio de grandes problemas econômicos e sociais no futuro.