O que o futuro reserva para o bebê real?

A não ser que haja uma revolução na Grã-Bretanha, a trajetória da vida do recém-nascido príncipe de Cambridge já está, em vários sentidos, pré-determinada.

Ele será preparado para sentar em um dos mais antigos tronos hereditários do mundo, para ocupar um cargo cujos escolhidos para preenchê-lo nascem a cada 30 anos ou mais, como foi o caso do príncipe Charles, em 1948, de William, em 1982.

Será uma vida protegida de muitas das pressões e frustrações diárias que o resto de nós enfrenta.

Mas, mesmo assim, é uma posição que traz seus próprios, por vezes intensos, desafios.

Em busca da autoestima
Os filhos e netos de reis da Inglaterra ganham acesso direto ao topo da sociedade britânica, cercados por gente rica de todo tipo e recebendo de bandeja toda espécie de mimos e bajulações.


Em um ambiente desses, muitos membros mais sensíveis da realeza podem ser suscetíveis a falta de autoconfiança - já que jamais tiveram de provar que são dignos de tal favorecimento.

Essa talvez seja a característica do sistema hereditário mais desprezada por meritocratas e republicanos.

Daí a importância - reconhecida por aqueles em torno de William e Harry - de dar à jovem realeza a oportunidade de se testar e descobrir um sentido de autoestima na conquista, em lugar da simples arrogância.

Os príncipes têm feito isso através do serviço militar - William como piloto de busca e resgate da Força Aérea Real, e Harry, através de sua atuação no Exército, no Afeganistão.

No devido tempo, os mesmos princípios terão de ser aplicados à vida do mais novo membro da família real.

Esse bebê é "especial", algo que a maioria das pessoas reconhecem.

Mas, no mundo em que ele vai crescer, seria, certamente, um erro para ele acreditar que "especial" automaticamente significa "melhor".

O exemplo da avó
Conforme a vida do bebê avança, ele precisará fazer o que seus pai, avô e bisavó tentaram - ganhar o respeito pela maneira com que desempenham o próprio papel.

Sem surpresa, talvez o melhor modelo a seguir seja o de sua bisavó, que exibiu empenho e um senso de humildade como monarca.

Tudo isso é para o futuro. No entanto, um desafio que provavelmente se apresentará bem cedo para o príncipe de Cambridge é o escrutínio público.

O duque e a duquesa tentarão proteger seu filho da mídia.

William está ciente, a partir da própria infância, do quão intrusivo e perturbador isso pode ser.

Será uma prioridade absoluta para ele tentar garantir que o seu filho desfrute da infância mais tranquila possível, protegida da mídia internacional, que vê os jovens da realeza como um imã para vender produtos noticiosos.

Kate Middleton também sabe algo sobre como lidar com a curiosidade insaciável da mídia.

Ela estará igualmente determinada a cercar o seu filho primogênito com o máximo de "normalidade" possível.

Para esse fim, ela tem a vantagem considerável de vir de uma família unida, que construiu os próprios êxitos.

O Middletons mostraram determinação para alcançar os objetivos familiares e - em geral - uma impressionante discrição diante de tamanha proximidade com a rainha e sua família.

O único ponto de interrogação persistente contra isso é a irmã mais nova de Kate, Pippa, mas isso é outra história.

Instituição milenar
Muito já foi escrito sobre como príncipe de Cambridge será o primeiro descendente real imbuído de valores de classe média - de onde sua mãe vem.

Se for esse o caso, quem pode argumentar seriamente que uma boa dose de "Middleton" em inspiração e autodisciplina não será benéfica para um jovem nascido com tamanhos privilégios.

Pode-se dizer que Carole, mãe de Kate, e avó da criança, terá influência significativa, sobretudo tendo-se em conta a proximidade de seu relacionamento com sua filha mais velha.

Em algum momento pode haver um irmão mais novo - mas talvez apenas um, já que a família real parece ter entendido os problemas da produção de muitos jovens reais, que necessitam de um papel.

Então, o que o futuro reserva para o bebê real?

Em suma, uma vida submetida à curiosidade pública e, no devido tempo, a responsabilidade de atualizar e avançar em uma instituição milenar, que é a mais conhecida monarquia hereditária do mundo.

 

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