"Desafiei gente grande e fui punido na Globo", diz Alexandre Frota
Claudia Dias
Do UOL, no Rio
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AgNews
O ator e apresentador Alexandre Frota, que vai lançar sua biografia em outubro
Polêmico, sem ser irreverente. Por alguns, até considerado irresponsável, por conta dos problemas que criou nas emissoras por onde passou. Assim é Alexandre Frota. E o ator promete continuar 'causando', com o lançamento de sua biografia "Identidade Frota - a estrela e a escuridão", marcado para outubro, quando completa 50 anos. Mesmo antes do lançamento, o livro já vem fazendo desafetos, até mesmo entre pessoas que são, segundo ele, seus amigos.
O ator e apresentador adiantou alguns pontos polêmicos de sua carreira que serão tratados no livro em entrevista ao UOL. Como se arrependeu – sem confessar – de ter criado conflitos que o levaram de talento promissor na TV Globo a ator de filmes pornô. "Fui um ator que esteve na ponta, protagonizei boas produções, mas não tive cabeça. O sucesso subiu. Não fiz planos e desafiei muita gente grande. E aí fui muito sacaneado, fui punido na Globo. A Globo deu alforria para a Vera, Luana, Felipe Camargo e Sergio Mallandro, mas colocaram Guilherme de Pádua no papel que Talma [o diretor da emissora Roberto Talma] tinha reservado pra mim". Leia a entrevista completa a seguir:
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Capa do livro "Identidade Frota - a estrela e a escuridão", sobre a vida de Alexandre Frota
UOL: Como surgiu a ideia de escrever um livro?
Alexandre Frota: Meus amigos me incentivaram, porque minha história é forte: superação, vitórias, derrotas, sucesso e fracasso. Ao contrário de alguns, que só sabem criticar e julgar, botei a cara na rua, fui à guerra. Falar é fácil. Vem pra guerra, vem viver!
O que você pretende com esse livro?
Pretendo contar minha história para meus amigos, familiares e para os que acreditam em mim e sabem o que realmente passei. Estou fazendo 50 anos de vida, mas que valem por 150.
Você fala no livro – pelos trechos já divulgados - sobre as mulheres que já teve. Chegou a consultar alguma delas antes de escrever?
Não. Afinal, fizeram parte da minha vida. Não preciso consultar, não estou falando mentira, inventando ou criando fantasias. É a realidade, pode doer aqui, criar um distúrbio ali, mas todos têm telhado de vidro. Quando me relacionei com elas, nunca combinei. Nenhuma delas pediu para que, se um dia não estivéssemos mais juntos, nunca falasse nada ou esquecesse que elas existiram. O combinado não sai caro.
Não teme ser criticado publicamente ou processado por isso?
Criticado eu sou todo dia, assim como julgado e discutido. Quanto a processos, estou tranquilo. As pessoas deveriam se preocupar com a miséria deste país, com a falta de planejamento para educação, com a saúde precária, com esse governo que é um lixo. Isso sim.
Você chegou a dizer que Claudia Raia foi um grande amor. Em seu Facebook, você disse que tiveram "alguns encontros escondidos", enquanto ela era casada. Isso é verdade?
Claudia foi um grande amor, aliás tive vários amores. Hoje tenho o maior de todos. Quanto a sair, falei que me encontrei com ela na casa do Léo Shehtman. Somos amigos e temos o Léo como amigo em comum. Gosto muito dela e sempre conversamos. Depois da nossa separação, durante o casamento dela e depois. O que as pessoas estejam imaginando é da cabeça de cada um. O resto está no livro.
E com Marília Gabriela? Vocês realmente se envolveram?
Marília é uma grande amiga divertida e inteligente. A conheço há anos. Gosto muito dela. Sempre foi e será pra mim importante como amiga. Eu conto no livro que estivemos juntos no apartamento dela por uma noite. Conversamos, bebemos vinho, rimos muito. Ela é extremamente envolvente.
No início da sua carreira, você foi apontado como um dos galãs da TV Globo. Por que abandonou essa imagem?
Fui um ator que esteve na ponta, protagonizei boas produções, mas não tive cabeça. O sucesso subiu. Não fiz planos e desafiei muita gente grande. E aí fui muito sacaneado, fui punido na Globo. A Globo deu alforria para a Vera, a Luana, Felipe Camargo e Sergio Mallandro, mas colocaram Guilherme de Pádua no papel que [Roberto] Talma tinha reservado pra mim.
Por que você acha que foi punido?
Tive tudo nas mãos. Talma me deu todas as oportunidades e eu joguei fora. Fui viver como queria. Se tivesse cabeça, hoje estaria à frente de um projeto especial na Globo.
Quem foram os seus amigos?
Os únicos grandes amigos que tive na Globo foram o Roberto Talma, o Boni, o Guta Mattos, o Chacrinha e o Mario Lucio Vaz, até embarcar na onda dos outros.
O que aconteceu com a sua carreira?
Eu a tratei como uma qualquer. Fui desaforado, mas vivi intensamente.
Você diz no livro que se envolveu com drogas? Isso é verdade?
Sim e vou mostrar que, mesmo sendo difícil, nunca é tarde para recomeçar. O livro não é um guia de sobrevivência, mas mostra que você pode escolher seus caminhos.
O que você faria diferente?
Sorrir mais, abraçar mais, entender mais e respirar mais. Afinal, a vida é curta. A morte não dói, é inevitável, mas podemos curtir, enquanto estamos aqui.