Fã de Maitê Proença gasta R$ 1200 para reviver personagem de novela
Sabrina Grimberg
Do UOL, no Rio
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Arquivo Pessoal
Josy Proença se vestiu como Helena, papel de Maitê Proença, na novela "Felicidade"
Em turnê pelo Brasil com a peça "À Beira do Abismo me Cresceram Asas" e com leituras do livro "É Duro Ser Cabra na Etiópia", Maitê Proença tem recebido o carinho dos fãs em cada canto do país que passa. E foi justamente após uma apresentação, no teatro Faap, em São Paulo, que Maitê pôde ver de perto o que seus fãs são capazes de fazer para demonstrar seu amor por ela.
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Maitê com a fã Odila Alves
Moradora de Pirapora, interior de Minas Gerais, Odila Alves, de 26 anos, tem tatuado no pulso do braço direito um autógrafo de sua estrela. A fã conta que Maitê foi contra (de brincadeira) quando teve a ideia de fazer o desenho. Tanto que a atriz apelidou Dila, como é chamada no fã-clube de Maitê, de "menina travessa". "Ela disse que ficou linda e me desejou que a tatuagem me desse muita sorte", relembra Dila, que caiu no choro depois do encontro.
Em sua cidade, Dila já foi questionada se não tem medo de se arrepender. "Não tem isso porque eu tenho um carinho especial por ela. Amo a Maitê de coração. Conheço a história de vida dela, a pessoa que ela é e para mim é um exemplo de mulher que superou a pobreza, as críticas... Minha admiração é muito grande", enfatiza a mineirinha, que é fã de Maitê desde 2009.
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Detalhe da tatuagem de Odila
Odila conta que seu gesto chegou a causar ciúme em outros fãs da atriz. "É normal. Normalmente o artista não tem tempo, e quando surge algo novo, que chama a atenção, a pessoa passa a te dar mais atenção. Todos nós fizemos fotos com a Maitê, mas só saiu a minha com ela numa revista de celebridades. Ninguém aceitou", relembra Dila.
Homossexual assumida, Dila, que trabalha como manipuladora de fotos, se defende quando questionada se essa fixação não poderia ser uma paixão platônica: "É uma paixão diferente, sem malícia ou maldade. É um amor sem interesse que vai além de tudo. Não aceito que ninguém a critique".
Recriando Helena
As demonstrações de afeto por Maitê não se restringem apenas a um caso isolado. Outra história traz Josy Proença, nome artístico de José Josiel de Brito, de 31 anos. Apaixonada pela atriz há 23 anos, quando a novela "Felicidade" foi exibida na Globo, em 1991, a moradora de Aquibadã, interior de Sergipe, conta que um de seus sonhos era conhecer Vila Feliz, local onde a personagem Helena morava na trama de Manoel Carlos.
Sem economizar esforço e dinheiro (ela diz ter gasto R$ 1200), Josy se vestiu igualzinha à protagonista vivida por Maitê e, depois de muito buscar por informações, chegou a Rochedo de Minas, cidade a 300 km de Juiz de Fora, que serviu de locação para as gravações.
"Quando eu cheguei à cidade as pessoas reconheceram o vestido, vieram me abraçar e me levaram para comer na casa delas. É uma cidadezinha de mil habitantes. Foi incrível. O cabelo é o meu orgulho, porque ficou quase idêntico", gaba-se Josy.
Agora, a fã quer concretizar o sonho de conhecer Maitê. "Estou juntando dinheiro para isso, mas, na verdade, tenho medo de a conhecer pessoalmente e ela não gostar de mim", diz Josy, que também enfrenta problemas em sua casa para realizar seus sonhos. "Quase ninguém sabe que eu fui à Vila Feliz. Minha mãe é evangélica e ela não me aceita", confessa ela, que trabalha como agente comunitário de saúde.
Para não "agredir" sua mãe, Josy leva a vida de forma discreta, mas quando sai à noite para festas em cidades vizinhas ela confessa que capricha na maquiagem e nas saias.
Maitê conhece fãs pessoalmente e pela Internet
Ciente de algumas histórias de seus fãs, como a de Dila, Maitê se orgulha de ter fãs tão próximos dela. "Tenho fãs de 20 anos atrás. Todos os dias eles estão comigo. Depois de todos esses anos, eu me relaciono pessoalmente com essas pessoas. Eu peço coisas, tipo encontra pra mim tal coisa na Internet, sugiro ideias e eles vão atrás", disse a atriz, em entrevista ao UOL.
Ao mesmo tempo em que alguns fãs têm uma relação saudável com a atriz, Maitê afirmou que já teve medo de alguns deles. "Não posso nem falar porque eu tenho medo. Tenho um (fã) que desde a primeira peça de teatro que eu fiz ele apareceu na minha vida e nunca mais sumiu. Ele aparece sempre no teatro porque sabe que estou lá de carne e osso. Às vezes, dá medo porque ele tem cara de uma pessoa que pode fazer alguma coisa", diz ela, que nunca nem tentou um diálogo com o rapaz.
"Não tem muito como conversar. Só torço para que nada aconteça. Pode ser que seja carinho em excesso. Agora, depois de tanto tempo, que não aconteceu nada, eu acho que não deve acontecer mesmo. Ele acalmou", diverte-se.
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