Produtor da Record conta que foi empurrado por Dado por causa de um café
Carla NevesDo UOL, no Rio
Em conversa com o UOL na tarde desta quinta-feira (17), o produtor da Record Carlos Henrique Andrade de Araújo, que prestou queixa de lesão corporal e ameaça contra Dado Dolabella, contou como começou a confusão com o ator durante as gravações de "Vitória", nova novela da emissora, na Ilha de Curaçao, no Caribe.
"A confusão aconteceu no dia 3 de abril. Eu era o responsável pela gravação e o Dado agrediu verbalmente outra produtora da equipe porque ele queria café e ela disse que não tinha. Aí ele começou a xingar a equipe de produção inteira, dizendo vários palavrões, como 'produção de m...', e outros xingamentos", contou.
Carlos afirmou que a produtora começou a chorar e para acalmar os ânimos ele disse para ela ignorar Dado. "Disse: 'esse cara é um grosso, deixa ele para lá. F... o que ele está falando, vamos focar no nosso trabalho'", lembrou ele, acrescentando que Dado ouviu a conversa dos dois e foi tirar satisfação.
"Eu disse que não era com ele e cruzei os braços. Só que eu estava no patamar de uma escada. Eram uns quatro ou cinco degraus. Sem eu menos esperar, ele ficou cara a cara comigo. Jamais ia imaginar que ele ia me agredir. Só que ele me empurrou lá de cima e voei até o chão", disse.
O produtor contou que quando levantou, Dado já foi para cima dele querendo agredi-lo. "Tenho 1,66 m e ele deve ter 1,80 m. O assistente de direção teve que segurar ele. E começou a turma do 'deixa disso'. O Edgard Miranda [diretor] me segurou. Aí a gravação continuou e eu fiquei ali parado. Um amigo meu da produção local de Curaçao, enorme, ficou do meu lado, e quando acabou a gravação, o Dado passou por mim e disse: 'fica com segurança mesmo. Tá com medo? Eu vou te pegar'", afirmou.
Depois desse dia, o produtor contou que não participou de mais de nenhuma gravação com o ator. "Ele esteve no set praticamente todos os dias, passou por mim no hotel, e a gravação que teria com ele foi cancelada", lembrou ele, garantindo que não se machucou a ponto de precisar de atendimento médico. "Machucou pela pancada mesmo", justificou.
Quando retornou ao Brasil, Carlos contou que decidiu fazer um boletim de ocorrência (BO) para registrar a lesão corporal e a ameaça. "Comigo não vai passar despercebido e ficar por isso mesmo. Trabalhei na TV Manchete na época do Walter Avancini pai. Tenho 42 anos de idade e 23 de profissão. Hoje acontece isso por causa de um café, amanhã, se tem uma discussão mais áspera, a agressão vai ser maior. Sou profissional, gosto muito do que faço e por ter vontade de continuar fazendo o que faço, tomei a atitude de fazer um BO", explicou.
O produtor afirmou que – apesar de Dado ser uma figura polêmica – faria o mesmo com qualquer outro ator. "Podia ser o Zé das Couves. Iria fazer da mesma forma. Não fiz isso porque é o Dado", garantiu.
Procurado pelo UOL nesta quinta-feira (17), Dado Dolabella disse que não vai comentar o caso. "Para mim isso foi uma besteira tão grande, foi um incidente de trabalho que já está resolvido. Não vou falar com a imprensa sobre isso, já está tudo certo. A novela foi incrível, estou no melhor momento da minha vida".
No dia anterior, o ator negou a agressão ao produtor e afirmou que o clima das gravações em Curaçao foi maravilhoso. "Não teve confusão nenhuma. Essa é a famosa intriga da oposição. A Globo querendo minar um trabalho maravilhoso da Record", disse, referindo-se à nota publicada na coluna da jornalista Patrícia Kogut, do jornal "O Globo".
No Instagram, Dado repetiu o que afirmou ao UOL. "Enquanto a concorrência desleal tenta minar nosso caminho, seguimos com vitória no coração! Quanta mentira publicada em um jornal só... O clima nas gravações é o melhor possível, meus amores (...) A força da sua inveja é a velocidade do meu sucesso", escreveu ele.
Na tarde desta quinta, o colunista Flávio Ricco disse que o ator foi afastado da novela. O personagem de Dado deverá morrer logo no início da trama.