Alto Astral

Atriz que faz a gordinha Bia de "Alto Astral" teve anorexia e pesou 46kg

Giselle de Almeida

Do UOL, no Rio

Há pouco mais de um mês no ar como a Bia de "Alto Astral", Raquel Fabbri já sentiu que a história de sua personagem cativou o público. Outro dia ela dividiu com seus seguidores no Instagram o depoimento de uma jovem que se identificava com o drama da psicóloga, que tem problemas de autoestima por não aceitar seu corpo. Segundo a atriz, relatos como esses têm sido comuns.

"É uma responsabilidade boa, até porque eu também sou uma pessoa acima do peso. A Bia passa por muitas coisas que já passei quando era mais nova. Na escola, também sofri bullying", lembra, que se diz feliz por conseguir passar uma mensagem positiva. "Quero que as pessoas entendam que têm que se gostar. Se não está feliz, tem que mudar, mas por ela, não pelos outros", afirma.

A carioca de 26 anos jura que não sofre com os insultos que Bia escuta do irmão, Gustavo (Guilherme Leicam). Ser chamada de baleia é só um exemplo, já que o nadador não se cansa de humilhá-la. "Não me afeta, não vai acabar com meu dia. Fico na expectativa de fazer uma cena boa. Já o Guilherme fica mexido. Agora ele está mais tranquilo, mas no início ele ficava muito preocupado, se sentia mal (risos). Ele é um querido, um irmão na vida real", conta.
 
Reprodução/"Alto Astral"/GShow Não me afeta, não vai acabar com meu dia. Fico na expectativa de fazer uma cena boa. Já o Guilherme fica mexido. Raquel Fabbri sobre insultos que precisa escutar do ator Guilherme Leicam nas gravações de "Alto Astral"
 
Se hoje Raquel tem uma boa relação com o próprio corpo, na adolescência a luta com a balança deixou marcas. Aos 14 anos, ela sofreu de anorexia e chegou a pesar 46 quilos (ela mede 1,63m). O apoio dos pais foi fundamental nessa fase, mas a determinação da atriz é que a transformou numa mulher bem resolvida. "Fiz muita terapia. Hoje me aceito do jeito que eu sou. Muitas vezes, o preconceito vem de dentro, da própria pessoa, que se cobra demais", conta ela, que abriu mão de uma vaidade para o papel. Ruiva "de alma" há anos, ela aceitou adotar novamente os cabelos castanhos para a novela. "Se der tempo, depois eu volto. Não tenho apego com cabelo, sempre cortei, mudei, cabelo cresce", garante.
 
Mesmo fora dos padrões da TV, Raquel conta que seu tipo físico nunca foi um empecilho para conseguir seu espaço. "Sou gordinha, diferente do perfil da maioria dos personagens, mas eu sempre trabalhei. Não tenho o que reclamar. Meus outros personagens na TV ganhei por causa do peso. Foi ótimo", conta ela, que atuou anteriormente em "Gabriela", como uma das prostitutas do Bataclan e na série "As Brasileiras". Antes, disso, ela atuou ainda em "Alta Estação" e "Luz do Sol", na Record.
 
Dupla jornada
 
O sonho de ser atriz, aliás, é algo que vem desde a infância. Aos 12 anos, ela começou a estudar teatro, mas na época do vestibular, optou pelo Jornalismo. Os estágios na área lhe garantiram uma grana extra enquanto outros trabalhos não surgiam. Agora, ela tenta conciliar as duas funções: há três anos, ela trabalha na área de controle de qualidade da Globosat de meia-noite às 6h e grava durante o dia.
 
"É conturbado, em 'Gabriela', já era assim. Durmo quando dá (risos). Mas sonho tem que correr atrás, não reclamo. Os amigos sabem que estou ralando há muitos anos, mas as pessoas acham que é mentira quando digo que trabalho de madrugada, não entendem a ralação que é", conta.
 
As pessoas próximas, no entanto, festejam a boa fase de Raquel, feliz com a aceitação do folhetim. "Hoje moro perto do Projac, mas nasci no Méier. Quando vou visitar meus pais, os vizinhos dizem: 'Estou te vendo na novela'. É o máximo. As pessoas estão gostando da novela, tenho sentido uma energia boa", diz.
 
Cenas de "Alto Astral"
Cenas de "Alto Astral"

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