A atriz Lena Dunham, famosa pela série "Girls", explicou sua decisão de revelar que foi estuprada em um artigo publicado no site BuzzFeed na última terça-feira (9). Dunham falou pela primeira vez sobre o caso, que aconteceu enquanto ela estava na faculdade, em seu livro "Not That Kind of Girl", que foi lançado neste ano.

A artista explicou que quis revelar o abuso como uma forma de desabafo. "Falar sobre isso nunca foi sobre expor o homem que me atacou. Na verdade, foi sobre expor a minha vergonha, deixá-la secar ao sol. Não queria ser contatada por ele ou abrir uma investigação criminal. Estou em um momento pacífico e amoroso da minha vida e não estou disposta a sacrificar mais disso por essa pessoa que não conheço além de uma noite que nunca esquecerei. Essa é a minha escolha".

Na época em que o crime aconteceu, Dunham não o denunciou. "Eu tinha medo. Medo de que ninguém acreditasse em mim. Medo de que outros parceiros em potencial achassem que eu estava quebrada. Medo de que eu estivesse exagerando. Medo de que fosse culpa minha. Medo de que ele ficasse com raiva. Oito anos depois, eu sei o quão clássicos esses medos são. Eles são o motivo pelo qual a maioria das estudantes que são atacadas nunca o denunciarão", escreveu.

Depois de dizer que recebeu vários ataques por ter revelado o abuso que sofreu, a atriz concluiu o texto dizendo que é importante apoiar as vítimas de estupro. "Sobreviventes têm o direito de contar suas histórias e de reaver o controle depois da principal perda de controle. Não há um jeito certo de sobreviver a um estupro e não há um jeito certo de ser uma vítima. O que sobreviventes precisam, mais do que tudo, é de apoio, queiram eles pedir uma investigação criminal ou reconstruir seus mundos em seus próprios termos. Você pode ajudar não definindo nunca um sobrevivente pelo que foi tirado dele. Você pode ajudar dizendo 'eu acredito em você'".

O artigo de Dunham foi publicado um dia após ser anunciado que a editora do livro da atriz irá acrescentar um esclarecimento informando que o nome pelo qual o estuprador é chamado no livro não é seu nome real. O texto se refere a ele como Barry, e um homem com o mesmo nome entrou com uma ação na Justiça alegando que isso estava gerando confusão, já que ele estudou na mesma faculdade de Dunham e chegou a ser questionado por conhecidos sobre o estupro. No artigo, a artista esclareceu que Barry era um pseudônimo e se desculpou pelos problemas: "Qualquer semelhança com uma pessoa com esse nome é uma coincidência surreal e infeliz. Peço desculpas por tudo que ele passou".