Hudson não recebeu visitas de amigos ou familiares, diz delegado

Gabriela Garcia

Do UOL, em Limeira

  • Gabriela Garcia/UOL

    O delegado seccional de Limeira, José Henrique Ventura

    O delegado seccional de Limeira, José Henrique Ventura

Durante entrevista para a imprensa nesta quinta (21), o delegado seccional de Limeira, José Henrique Ventura, revelou que Hudson, detido desde quarta por posse de arma, ainda não recebeu visita de familiares ou amigos. O sertanejo divide a cela com mais um preso e não tem privilégios. Por estar provisoriamente na delegacia, Hudson não pode receber cobertores, comida ou roupas.

O advogado de Hudson, Manuel dos Reis Andrade Neto, esteve na delegacia pela manhã e colheu rapidamente uma assinatura do guitarrista. Até o momento, o delegado afirma não ter recebido da justiça nenhum pedido de habeas corpus. Caso isso aconteça, Hudson pode ser liberado com restrições (não pode sair da cidade ou ficar até certo horário na rua) ou ainda ser encaminhado direto para o CDP (Centro de Detenção Provisória) de Piracicaba, onde aguardará julgamento. 

Enquanto a defesa se movimenta, o delegado diz que aguarda perícia das armas encontradas na casa do artista para avaliar se elas realmente estavam obsoletas, como alega Hudson. Ele explica que não importa se o músico ganhou a arma de um amigo. Por ser um armamento de uso militar, Hudson pode ficar preso de três a seis anos, e este crime é inafiançável.

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Entenda o caso
Udson Cadorini, mais conhecido como Hudson, da dupla Edson & Hudson, foi detido na madrugada desta quarta-feira, em Limeira (SP), por porte ilegal de armas. De acordo com o boletim de ocorrência, ao qual o UOL teve acesso, Udson apresentava o registro das armas, uma pistola e um revólver calibre 38, mas não tinha autorização para tirá-las de casa. Após pagar uma fiança de R$ 6 mil reais, o cantor foi liberado. 

Algumas horas depois, no entanto, a polícia, guiada por uma denúncia anônima, fez uma busca na casa do cantor, onde foram encontradas armas irregulares e munições de uso restrito da Polícia Militar e das Forças Armadas. 

Foram encontradas duas armas: uma carabina de calibre 38 e uma pistola beretta de calibre 22. A carabina possuía registro, mas este está vencido desde 2010. A beretta não possuía documentação e estava sem carregador. Segundo a polícia, Hudson alegou que a arma não funcionava e que pretendia emoldurá-la em um quadro.

Além disso, foram encontrados no local duas lunetas, dois carregadores da beretta 22, 28 munições de calibre 45 (de uso restrito pela Polícia Militar e das Forças Armadas), uma munição de calibre 32, uma munição de calibre 380 e 152 munições intactas de calibre 22. Também havia cápsulas de munição deflagradas (já utilizadas): 48 cápsulas de calibre 35, sete cápsulas de calibre 22, oito cápsulas de calibre 380 e 116 cápsulas de calibre 38.

Também foi encontrada uma pequena quantidade de maconha, de aproximadamente 2 g, e três deschavadores (utensílio utilizado para esfarelar a maconha prensada).

O cantor passou a noite em uma cela da delegacia seccional de Limeira, no interior de São Paulo, e será transferido ainda hoje para uma prisão. Seu advogado, Manoel dos Reis Andrade Neto, deve entrar ainda nesta quinta-feira (20), com pedido de liberdade provisória.

De acordo com o atual marido da ex-mulher de Hudson, Giovana Higa, a confusão que levou à primeira detenção do cantor começou com provocações via mensagens de celular. "Durante o dia, Hudson mandou várias mensagens de celular com provocações. Com isso, ele queria me ridicularizar, humilhar", contou Paulo Sérgio, por telefone, ao UOL. À noite, Hudson mandou uma nova mensagem, dessa vez para o celular de Letícia Higa, filha de Hudson e Giovana. "Ele disse que iria até nossa casa para resolver o problema. Como sabemos que ele sempre anda armado, resolvi chamar a polícia", afirmou Paulo Sérgio.

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