No Troféu Imprensa, astros dizem que ficar perto de Silvio é o que importa
Amanda Serra
Do UOL, em São Paulo
Não importa o quão famoso você é, se tem mais de 40 anos de carreira ou se possui algum grau de parentesco, ficar ao lado do Silvio Santos é algo que deixa astros como Marcos Caruso, Eliana, Rodrigo Faro, Bola (Marcos Chiesa do "Pânico") e até mesmo a própria filha, Patrícia Abravanel, inquietos, receosos e ansiosos.
Mas, afinal, em uma das grandes premiações da televisão brasileira, o que é mais importante: ganhar o Troféu Imprensa ou ficar ao lado Senhor Abravanel? O UOL acompanhou os bastidores do evento que será exibido neste domingo (12), a partir das 20h30, e responde essa questão.
Escolhido como melhor ator pelo personagem Alex de "Páginas da Vida" (2006), Marcos Caruso, 63, teve que esperar nove anos para pegar sua estatueta [por conta da liberação da Globo] e era um dos mais ávidos para ter seu momento com o dono do Sistema Brasileiro de Televisão.
"Tenho um profundo respeito e admiração pelo Silvio [Santos]. É um homem que fez história, faz história e ficará na história. Ele é um marco importante das telecomunicações. Um vencedor, um ícone. Receber um troféu das mãos dele é o local onde todo mundo gostaria de estar", disse o ator, que já dirigiu a atriz Dercy Gonçalves no SBT em 1999.
Até mesmo a herdeira Patrícia Abravanel demonstrou nervosismo. "Sempre dá um frio na barriga, nunca sei o que vai acontecer. Não tem ensaio... Receber o troféu do meu pai é algo que vou levar para a vida inteira. Nunca imaginei que estaria aqui tão cedo. Tenho apenas quatro anos como apresentadora", disse ela, agitada nos corredores de sua segunda casa.
Choro, mãos frias e suor
Há seis anos na função de apresentador, Rodrigo Faro, que atualmente está na Record, falou da responsabilidade que sente quando fica ao lado do seu ídolo.
"É sempre importante quando ele faz elogios, dá conselhos. O prêmio é um grande incentivo para minha carreira, e abraçar o Silvio, ver o sorriso dele, é sempre bom. Não tem como você olhar e não ver um mito da televisão. Ele está vivo, produzindo, trabalhando todos os domingos. Tento aprender e seguir a linha que ele criou", afirmou Faro, que saiu da gravação com lágrimas nos olhos após o dono do SBT ceder a ele seu lugar no púlpito e o convidar para anunciar os concorrentes a melhor apresentador de 2014. "Ele me deu o lugar dele", dizia sem acreditar.
Praticamente patrimônio do SBT, Eliana tem 26 anos de carreira e ainda assim fica estava insegura quando se encontra com o patrão.
"É um grande momento de realização. Ele é o maior comunicador, é um grande empresário, me espelho nele todos os dias, e mais que isso: foi ele que me descobriu como comunicadora. O respeito e o carinho são tão grandes que sempre fico na expectativa de reencontrá-lo", afirmou a apresentadora, que também confessou pensar no look especialmente para Silvio. "Ele gosta de longo, brilho, salto. Faço questão de estar bem arrumada", completou.
Sempre tão espontâneos, os integrantes do "Pânico" eram uns dos mais inquietos. Um dos humoristas ficou com as mãos frias, suava e fumou 12 cigarros antes de chegar o momento de ficar ao lado de Silvio. Para o diretor do humorístico, Alan Rapp, o encontro tinha um significado ainda maior. "Ficar perto do Silvio é mais importante [que o prêmio]. O troféu é uma relíquia. Mas se aproximar dele é uma sensação única. Meu primeiro emprego em TV foi no 'Hot Hot Hot', eu cronometrava o tempo do Silvio no ar. Aprendi tudo no SBT", lembrou ele.
"É um prêmio ganhar o troféu e ver o Silvio, ele é um mito! É uma premiação que nem a Globo fica de fora, não é algo tendencioso. O Silvio é tipo uma entidade. A imprevisibilidade dele é o que faz com que a coisa fique legal. Pode ser muito bom, frustrante, mas na maioria das vezes é sempre bom, ele é muito brincalhão", afirmou o humorista Carioca, do "Pânico". Já Bola admitiu que ter um momento ao lado de Silvio é capaz de deixar qualquer humorista sem memória. "Cara, ficar perto do Silvio é um negócio muito f*. Você chega no palco e trava, fica arrepiado. Ele é fera e é sempre bom vir aqui."
E mesmo com uma forte gripe (que o quase fez cancelar, conforme informação do colunista do UOL Ricardo Feltrin), Silvio Santos, aos 85 anos, conduziu a gravação do Troféu Imprensa durante cerca de quatro horas e 20 minutos, sem intervalos, com apenas duas paradas para ajustes, e sem se sentar. A vivacidade e o improviso do veterano fazem com que sua figura seja tão emblemática para os "calouros" e também para o público.