Reuters David Banda e Madonna no Maláui |
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JOHANESBURGO (Reuters) - Os esforços da popstar Madonna para adotar um menino do Maláui esbarraram em um obstáculo quando um funcionário indicado por um tribunal para estudar o caso teve negada sua autorização de embarcar para o Reino Unido.
Um dos semanários mais lidos do Maláui informou no domingo que a ministra das Mulheres e do Desenvolvimento Infantil, Kate Kainja, negou autorização a Penstone Kilembe para viajar. Ele iria avaliar até que ponto Madonna e seu marido, o cineasta Guy Ritchie, têm condições de adotar a criança.
Não foi possível contatar a ministra imediatamente para ouvir suas declarações, mas Kilembe confirmou que a ministra o impediu de fazer a viagem.
Madonna levou David Banda em outubro passado, quando ele tinha 13 meses de idade, depois de seu pai, Yohane Banda, o ter deixado num orfanato em decorrência da morte de sua mulher.
A Suprema Corte do Maláui indicou Kilembe para fazer duas viagens ao Reino Unido e se basearia no depoimento dele para decidir, em audiência a ser realizada em 2008, se Madonna pode ou não adotar o menino definitivamente.
O jornal "Malawi News" informou que a ministra acusou Kilembe de obter uma passagem aérea e dinheiro de Madonna, sem a aprovação do governo.
"Já contatamos Madonna para informar a ela que outra pessoa, não Kilembe, irá fazer sua avaliação, porque achamos que Kilembe personalizou a questão toda, sendo que outras pessoas podem ir", disse a ministra ao jornal.
Kilembe desmentiu que ele teria pessoalmente pedido uma passagem aérea a Madonna.
"O que isso significa é que o processo todo de adoção pode cair por terra e David pode ser enviado de volta a sua aldeia", disse Kilembe à Reuters.
Justin Dzonzi, advogado de direitos humanos que liderou uma contestação judicial à adoção por Madonna encaminhada por um grupo de direitos humanos de 65 membros, também disse que a decisão da ministra pode suspender o processo de adoção.
"A ministra não pode modificar as determinações da corte, mandando outra pessoa para fazer a avaliação. A corte não ouvirá ninguém a não ser a pessoa que indicou", disse ele.
Dzonzi moveu a ação argumentando que as leis do Maláui proíbem adoções internacionais e que, portanto, o governo infringiu suas próprias leis ao conceder a Madonna a autorização de adoção interina.