Após atraso, julgamento de médico de Michael Jackson será retomado nesta quarta (19)

Anthony McCartney

De Los Angeles

O julgamento do médico acusado da morte de Michael Jackson continuará nesta quarta-feira (19) após dias de atraso, com o júri ouvindo um especialista no anestésico que as autoridades acreditam ter matado o Rei do Pop.

A volta do Dr. Steven Shafer representando a promotoria acontece após os testemunhos terem sido adiados por três dias e meio de tribunal. A folga foi dada inicialmente para se encaixar na agenda do professor da Universidade de Columbia, mas seu pai morreu e o atraso foi aumentado.

Shafer é a última testemunha da promotoria no caso contra Dr. Conrad Murray, que alegou inocência das acusações de homicídio culposo.

Um juiz cancelou os testemunhos na terça-feira (18) para que os advogados de defesa tivessem tempo de avaliar os novos resultados do teste conduzido pelo médico-legista, sobre o nível do sedativo lorazepam no corpo de Jackson.

Os advogados de Murray afirmaram que os níveis de lorazepam encontrados no estômago do corpo do cantor podem conter indícios de que ele tomou vários comprimidos horas antes de sua morte, sem o conhecimento do médico.

Murray admitiu ter dado doses de propofol a Jackson em seu quarto como um remédio para dormir. Os advogados do médico afirmaram que a quantidade de propofol dada por seu cliente a Jackson foi muito pequena para causar a morte repentina do músico.

O advogado representante do distrito David Walgren disse na segunda-feira (17) que novos resultados mostram que os níveis de lorazepam no corpo de Jackson estavam abaixo do que a defesa havia alegado e não batiam com a teoria apresentada ao júri pelos advogados de Murray.

O advogado de defesa Ed Chernoff disse na terça (18) que estava fazendo testes adicionais em um laboratório independente para confirmar ou descartar os resultados do legista, mas que precisaria de vários dias para ter as respostas concretas.

Walgren concordou em não comentar sobre os novos testes até que o time de defesa apresente seu caso.

Os advogados de Murray começarão a chamar testemunhas na sexta-feira (20). Eles planejam convocar 15 pessoas, entre elas detetives policiais e Randy Phillips, o chefe da AEG Live, empresa responsável pelos shows que Jackson faria em sua volta aos palcos.

Chernoff disse que a maioria das testemunhas será breve e que a defesa encerrará seu caso até quarta-feira (26).

Os advogados de Murray também vão chamar um dos colegas de Shafer, o Dr. Paul White, para tentar contra-atacar o caso da promotoria.

As testemunhas da promotoria culparam Murray repetidas vezes de seu pouco cuidado com Jackson, notando que o uso de propofol como remédio para dormir estava fora do uso comum da droga. Elas também culparam Murray por não ter chamado a emergência mais cedo, por tentativas grosseiras de ressuscitar o cantor e por ter mentido aos paramédicos e médicos da sala de emergência sobre as drogas que havia dado a Jackson.

As duas testemunhas especialistas, o cardiologista Dr. Alon Steinberg e o especialista em sono Dr. Nader Kamangar, testemunharam na semana passada dizendo que as ações de Murray representaram grosseiros desvios do padrão do cuidado.

Shafer começou seu testemunho na terça-feira (18) explicando ao júri como ele observou os perigos e avisos escritos nos frascos de propofol --avisos que foram ignorados por Murray, de acordo com Walgren.

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