Maitê Proença diz que está "transando bem menos do que gostaria"
Marcela Ribeiro
Do UOL, no Rio de Janeiro
Maitê Proença participou de um debate sobre a arte de envelhecer na Bienal do Livro nesta quarta-feira (4) no Rio de Janeiro e falou sobre sexo, sedução e longevidade. Durante a conversa, a atriz, que está solteira, revelou que está "transando bem menos do que gostaria".
"Contaram que a nossa geração, quando chegasse aos 60 anos, teria tudo realizado e teria que se aposentar e esperar o fim, mas é mentira, viveremos mais 40 anos. Acho uma maravilha viver isso tudo com saúde", opinou a atriz que revelou que gostaria de viver até os 100 anos.
"Minha vó viveu 103 anos. Vocês vão ter que me aguentar por muito tempo ainda", brincou.
Ao lado da antropóloga Mirian Goldenberg, a atriz, de 55 anos, que está em cartaz com a peça "À Beira do Abismo me Cresceram Asas", na qual ela interpreta uma idosa de 80 anos, falou que as pessoas perdem tempo na hora de seduzir.
"A gente gasta muito tempo na sedução para um mundo hostil. É mais fácil ser do jeito que você é do que ficar querendo agradar o tempo todo. As pessoas gostam da gente porque somos pessoas possíveis, com falhas, gostam mais da gente pelos nossos defeitos do que pelas qualidades", disse a atriz.
Sobre a ditadura da beleza, em que todos devem ser magros e perfeitos, Maitê disse que acredita ser mais difícil ser gorda do que velha. "Acho que o problema da gordura é que está associada à falta de saúde. Sou a favor do corta tudo, se a pessoa não está feliz, tem que fazer lipo ou o que achar melhor. O que não dá é ficar anos fazendo análise, infeliz, por causa de um problema que os outros veem em você".
A atriz comentou ainda, que uma das vantagens da velhice, é que as pessoas não estão preocupadas em agradar, falam o que pensam, com sinceridade. "Faço academia no Copacabana Palace e minhas colegas de lá são todas velhas. Um dia, uma delas falou que minha mão estava feia, e que eu precisava cuidar mais. Nunca tinha reparado, mas acho que ela tem razão. Ela me disse também que me viu em uma campanha em uma revista, que eu estava muito bonita, mas o vestido que usei, não me caiu bem. Acho muito bom isso. Ela falou coisas que muita gente não me falaria", contou Maitê, sorridente.
A antropóloga comentou que pela primeira vez na história as pessoas não são classificadas pela idade, mas pelo o estilo de vida que levam.
"A Fernanda Montenegro e a Bibi Ferreira não sabem que são velhas. Nem a Rita Lee, nem Caetano Veloso, Chico Buarque, Ney Matogrosso. Esse povo não sabe que está velho porque não está", concluiu Maitê.
Após o debate, Maitê seguiu para o espaço de uma livraria para autografar seu livro "É Duro Ser Cabra na Etiópia".