Contra a Globo, Record quer pool de TV's exibindo futebol

Ricardo Feltrin

Ricardo Feltrin

A cerca de 20 dias da entrega das propostas oficiais das TV"s para a exibição dos campeonatos Brasileiros de 2012 e 2013, aumenta o racha no Clube dos 13. Isso porque os times que o integram estão divididos e não chegam a um acordo sobre qual a melhor e mais lucrativa fórmula ou proposta das TV"s para o futebol.

De acordo com as novas regras, a Globo perdeu a "preferência" e exclusividade no direito de compra do torneio. A emissora exerceu esse direito por décadas. Agora, todas as emissoras podem concorrer em pé de igualdade, embora poucas tenham dinheiro suficiente para bancar um pacote de exclusividade. O fato é que alguns dirigentes acham perigoso a Globo sair de vez das transmissões. Teme-se não só ganhar menos dinheiro com anunciantes, venda de publicidade em estádio e produtos ligados aos times, como também perder ibope, já que a audiência da Record nos horários de jogos é muito menor que a da Globo.

Ciente da pressão que a rival Globo vem exercendo sobre os clubes nas últimas semanas, a Record acena agora com uma nova proposta: sugere que todos os canais possam se unir e comprar os direitos em conjunto. E que cada emissora detentora de direitos, prevê a Record, possa passar o jogo que bem entender, e na hora de sua realização normal --óbvia ameaça de desobediência aos horários impostos pela Globo ao Clube dos 13, de acordo com o interesse de sua grade de programação.

A Globo obviamente é contra essa proposta e tenta convencer a Band a rejeitá-la. No entanto, a Band e a RedeTV! também estariam sendo alvo de assédio por parte da Record, que lhes acena com melhor tratamento na divisão dos jogos.

Ninguém fala em cifras, mas especula-se que a Record possa oferecer de R$ 750 milhões a R$ 1 bilhão pelos direitos do Brasileiro 2012 e 2013. A emissora já tem exclusividade da Olimpíada de 2012, em Londres.

Documentário da Discovery "previu" tragédia do Rio

"Todo ano vai acontecer", diz o documentário inédito que o canal Discovery estreia no próximo domingo. Enquanto exibe imagens aterradoras de mortos, feridos e gente em desespero ao ver todos os seus bens arrastados por águas lamacentas, a narração avisa: "A tendência é que a tragédia se repita, porque o clima nas Américas está mudando".

Parece ser um ágil documentário realizado em meio à tragédia que matou quase 900 pessoas no Rio de Janeiro, neste início do ano, mas na verdade o programa foi gravado em tragédia semelhante ocorrida no ano passado. Um dos entrevistados é justamente Carlos Nobre, o novo secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia, que à época trabalhava no Inpe, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

Foram cerca de 25 pessoas na equipe de produção e direção, que trabalharam durante 7 meses --desde a pesquisa até a entrega da fita Master (de maio/junho a dezembro - 2010). Dias depois a tragédia prevista ocorreu, matando mais de 800 pessoas (até o momento).

O documentário estreia neste domingo, 21h. Só para assinantes do canal.

O que é Legal

Rádio Sulamérica Trânsito

São muito poucos os veículos de comunicação no mundo que merecem o epíteto verdadeiro de "prestador de serviço". Entre esses raros casos, há que se destacar a proposta da rádio Sulamérica Trânsito (92,1), empenhada 24 horas e apontar os piores e melhores caminhos para os motoristas, sejam nas ruas de São Paulo ou no interior do Estado. Uma rádio útil sob todos os pontos de vista. Para não ficar só no elogio, cabe dizer que a Sulamérica deveria se dignar e parar de cobrar dos ouvintes que mandam torpedos, auxiliando o trabalho da própria emissora. Além de a receita com esses SMS ser certamente desprezível, trata-se de uma prática muito antipática. Aliás, não cai nada bem nem para a Bandnews, aliás, a responsável editorial pela Sulamérica.

O que Irrita

A imposição do lixo BBB

Não bastasse impor por 11 anos consecutivos o programa mais inútil e miserável da TV, a Globo extrapola, exibe mais "BBB" ainda em seu canal pago Multishow, e também martela centenas de vezes por dia a propaganda para assinar o PPV do reality, fora programas que abordam ex-BBBs ou convidados nas grades de programação.

Ricardo Feltrin

Ricardo Feltrin é colunista do UOL desde 2004. Trabalhou por 21 anos no Grupo Folha, como repórter, editor e secretário de Redação, entre outros cargos.

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