TV aberta tem fuga inédita de telespectadores; veja os números

Ricardo Feltrin

Ricardo Feltrin

Muitas pessoas questionam hoje em dia o que ocorrerá com o jornalismo impresso diante de cada vez mais tecnologia presente às nossas vidas. No entanto, os números brutos mostram que é a TV aberta o único veículo que deve se preocupar com seu futuro em curto e médio prazo.

Dados de audiência apontam que somente este ano a TV aberta perdeu 7% dos televisores ligados em relação ao ano passado. Em 2011 houve uma média de 42,9% de aparelhos ligados entre 7h e 0h. Este ano, esse número já está em 39,9%. E abril não parece mais auspicioso e continua com tendência de queda.

 

 
 

Há várias possíveis explicações para esse fenômeno, que também pode ser medido no Painel Nacional de Televisão (nº de TVs ligadas caiu 2% também).

Uma das hipóteses é a elevada temperatura registrada nos últimos meses, especialmente à noite. Com mais calor, mais pessoas adiam a volta para casa e saem para passear ou consumir, seja em restaurantes ou cinemas ou teatros etc.

Outra hipótese pode ser a melhoria das condições de vida no país e a baixa taxa de desemprego. Quanto mais há população economicamente ativa, mais pessoas têm condições de sair de casa e gastar, em vez de ficar em casa assistindo à TV.

Uma terceira hipótese, que certamente agrega às anteriores, é o aumento do "time spent" (gasto de tempo) com aparelhos móveis, como celulares e, em menor número, tablets. Quem sabe no futuro seja possível medir que as pessoas estão cada vez mais sintonizadas nas redes sociais, em vez de na novela das 18h.

25% do público já se foi das TVs abertas

Apesar de todas terem caído em pontos de audiência, nem todas perderam "share". A perda de "share" é o terror para quem depende da publicidade e de seu resultado imediato. Aqui a TV não está perdendo pontos de audiência, mas a própria presença do telespectador-consumidor diante dela.

Vale lembrar que essas mesmas TVs abertas já perderam na última década quase 25% do público. Esses 25% migraram para o segmento denominado pelo Ibope de "OC" e "OA" (Outros Canais e Outros Aparelhos).

Grosso modo, em uma década, um em cada 4 telespectadores brasileiros trocou a TV aberta por um desses novos "veículos", que incluem não só a TV paga, mas também o uso da TV com vídeos, DVDs e videogames.

Quem É Legal

Marília Gabriela

Merece um bis nesta seção, merecido, por contribuir com conteúdo de alta qualidade, tanto para a TV aberta como a fechada. Suas entrevistas são marcantes, independentemente do entrevistado e de sua relevância. Sabe pausar, sabe esperar e sabe provocar. Uma grande e perspicaz entrevistadora.

Quem Irrita

Adriana Esteves

Em "Avenida Brasil", repete os mesmos maneirismos de todos os seus personagens anteriores, sejam as vilãs ou mocinhas. É sempre o mesmo timbre de voz (de gralha), é sempre o mesmo gestual, a mesma testa franzida, os mesmos rompantes. Infelizmente, nada muda na composição. Sua nova vilã é apenas outra mesmice.

Ricardo Feltrin

Ricardo Feltrin é colunista do UOL desde 2004. Trabalhou por 21 anos no Grupo Folha, como repórter, editor e secretário de Redação, entre outros cargos.

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