ONG critica canal A&E por "perdoar Phil", de "Reis dos Patos"

Ricardo Feltrin

Ricardo Feltrin

Colunista do UOL
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    Da esqu. para dir., Phil Robertson, Jase Robertson, Si Robertson e Willie Robertson da série "Os Rei dos Patos", da A&E

    Da esqu. para dir., Phil Robertson, Jase Robertson, Si Robertson e Willie Robertson da série "Os Rei dos Patos", da A&E

A organização norte-americana Glaad (Liga Gay e Lésbica Antidifamação, em tradução literal), fez um duro pronunciamento criticando o canal A&E por ter perdoado Phil Robertson, patriarca do reality show "Os Reis dos Patos". Duas semanas atrás, Phil apareceu em entrevista na revista "GQ" onde fazia polêmicas declarações contra os gays, tais como "eles não herdarão o céu" e "é preferível uma vagina a um ânus masculino".

O reality é atualmente o maior sucesso do canal, mas a entrevista provocou reação imediata de gays e outras entidades que defendem a igualdade de orientações sexuais. A direção do canal A&E então anunciou que Robertson estava "suspenso por tempo indeterminado", por causa da entrevista.

O que o canal não esperava era o contra-ataque da família Robertson, que divulgou quase que imediatamente um comunicado no qual dizia que "sem Phil, o reality estava encerrado".

Acuado e ameaçado de perder um de seus mais valiosos produtos, o A&E retomou esta semana as gravações da 5ª e nova temporada de "Duck Dynasty" (no Brasil, exibido com o título "Os Reis dos Patos") --e com Phil devidamente integrado ao elenco.

A suspensão, em teoria, durou apenas nove dias, mas nesses dias não havia mesmo gravações. Ou seja, tudo indica que a "suspensão" foi apenas uma medida cosmética e sem validade. "Para americano ver", em outras palavras.

O A&E também divulgou um comunicado dizendo ser "favorável à comunidade gay", e que "a opinião de Phil não reflete a do canal".

"O canal A&E parece ter escolhido o programa em vez de a comunidade afro-americana e os gays --especialmente os seus funcionários e telespectadores", repudiou a organização Glaad.

Robertson foi localizado por uma equipe do canal E!, ao sair da igreja cristã da qual faz parte, mas não quis dar declarações.

No Brasil, o A&E exibe atualmente a 4ª temporada. No ano passado, a estreia dessa mesma temporada nos EUA teve quase 12 milhões de telespectadores, uma ótima marca nesta década em termos de seriados em TV paga.

Para efeitos de comparação, o último episódio da badalada "Breaking Bad", nos EUA, em setembro do ano passado, teve 10 milhões de telespectadores. O seriado começou com público em torno de 1,6 milhão.

Ricardo Feltrin

Ricardo Feltrin é colunista do UOL desde 2004. Trabalhou por 21 anos no Grupo Folha, como repórter, editor e secretário de Redação, entre outros cargos.

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