TV por assinatura no Brasil já prevê onda de 'calotes'

Ricardo Feltrin

Ricardo Feltrin

Colunista do UOL
  • AP/BBC

    A série "Game of Thrones", da HBO, ganhou fama no Brasil em parte graças à pirataria, já que a emissora não faz parte dos pacotes básicos nas TVs por assinatura

    A série "Game of Thrones", da HBO, ganhou fama no Brasil em parte graças à pirataria, já que a emissora não faz parte dos pacotes básicos nas TVs por assinatura

Os 15% de aumento na inadimplência no país, divulgados esta semana pela Serasa Experian, assustaram a todo o mercado brasileiro, e as operadoras de TV paga fazem parte dos "assustados". 

Depois de cinco anos de expansão, no final de 2014 as operadoras de TV paga perderam o otimismo e colocaram a inadimplência de assinantes no topo de suas preocupações.

O sinal veio já no fim de 2014, quando finalmente o mercado se preparou para atingir nominalmente 20 milhões de assinantes legalizados. Foi quando a Claro cancelou o serviço de quase 400 mil assinantes que estavam com pagamentos em atraso e fez o mercado da TV paga retroceder (estamos em 19,7 milhões de assinantes).

Agora, as operadoras Vivo, Net e Sky, segundo esta coluna apurou, também estudam fazer o mesmo que a Claro, diante do aumento dos "calotes".

Outra preocupação das operadoras com a recessão iminente no Brasil é que mais e mais assinantes estão reduzindo seus pacotes. É cada vez mais comum eles procurarem as operadoras para trocar seus pacotes premium, com canais extras, por pacotes (bem) mais baratos.

É consenso ainda que a crise econômica também pode acabar por incentivar mais pessoas a ter uma nova "justificativa" para piratear sinal de TV por satélite ou a cabo.

Há alguns dias surgiu uma nova campanha antipirataria incentivando as pessoas a recusarem a TV pirata, dada a falta de qualidade e estabilidade do sinal obtido por esses aparelhos clandestinos.

Numa mensagem inédita e até bem humorada, a campanha ironiza os problemas que proprietários dos famosos equipamentos AZBox (para furto de sinal) têm com queda de sinal e má qualidade da imagem. De forma irônica, a campanha chama o equipamento (contrabandeado quase sempre do Paraguai) de "AzarBox".

Ricardo Feltrin

Ricardo Feltrin é colunista do UOL desde 2004. Trabalhou por 21 anos no Grupo Folha, como repórter, editor e secretário de Redação, entre outros cargos.

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