Ibope da TV paga cresce 38% em um ano em SP

Ricardo Feltrin

Ricardo Feltrin

Colunista do UOL
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    De janeiro a julho, a TV por assinatura cresceu 19% na região da Grande São Paulo

    De janeiro a julho, a TV por assinatura cresceu 19% na região da Grande São Paulo

Embora o número de assinantes esteja parado praticamente desde a segunda metade no ano passado, o ibope da TV por assinatura na Grande São Paulo está bombando.

De janeiro a julho, a TV paga cresceu 19% na região – a mais importante para o mundo publicitário. Em um ano (desde julho de 2014) esse crescimento é de assombrosos 37,7%.
 
Os dados dos chamados OCNs (Outros Canais) medidos pelo ibope apontam que, em janeiro, os canais exclusivos da TV paga (excluídos os canais abertos) registravam 8 pontos de média nas 24 horas do dia. Em julho essa média já está em 9,5 pontos.
 
Em julho do ano passado esse índice era de apenas 6,9 pontos (37,7% de incremento).
 
Vale lembrar que a venda de novos pontos por parte das operadoras está estagnada desde julho do ano passado (Copa).
 
Há vários possíveis motivos para que a audiência da TV paga esteja crescendo mesmo sem a abertura de novos pontos de assinatura.
 
Um fenômeno óbvio é que o assinante de TV paga está finalmente deixando de assistir apenas aos canais abertos (gratuitos). Um público grande agora está migrando para canais segmentados, como Discovery, History, GNT, fora os canais infantojuvenis, que lideram a audiência na TV por assinatura.
 
Ou seja, os assinantes estão fazendo um uso mais coerente das mensalidades que pagam às operadoras. Afinal, de que adianta pagar até R$ 300 por mês e continuar a ver canais abertos?
 
Se o assinante continuasse a sintonizar apenas Globo, Record, SBT etc., o Ibope não registraria nenhum aumento no segmento chamado OCN. Isso porque esse segmento exclui as TVs abertas, como já dissemos). Então de fato está havendo uma transferência dos canais abertos para os segmentados.
 
Até três ou quatro anos atrás, um dos principais motivos para uma família começar a pagar TV por assinatura era obter uma melhor qualidade de sinal em casa. Só que, com a digitalização do setor, esse motivo deixou de atrair assinantes.
 
O que as pessoas querem agora é variedade de conteúdo e maior qualidade, ou então ter acesso a canais específicos de seu gosto pessoal.
 
Grosso modo, pode-se dizer que finalmente o assinante de TV paga acordou.
 
Além disso, houve um aumento de 8% na pirataria no último ano na Grande São Paulo, e isso, ainda que de forma torta, também incrementa a audiência.
 
Cada ponto de ibope vale por 67 mil domicílios sintonizados na Grande São Paulo, tendo cada domicílio em média 3,3 pessoas.

Ricardo Feltrin

Ricardo Feltrin é colunista do UOL desde 2004. Trabalhou por 21 anos no Grupo Folha, como repórter, editor e secretário de Redação, entre outros cargos.

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