Globo ainda não tem sucessor de Galvão Bueno

Ricardo Feltrin

Ricardo Feltrin

Colunista do UOL

A declaração do locutor Galvão Bueno, 59, ontem, de que a Copa do Brasil de 2014 será sua última cobertura reitera necessidade urgente que a Globo tem, antecipada por esta coluna em março do ano passado: quem vai substituir Galvão Bueno?

A resposta é: ninguém sabe, nem a Globo. Desde 2008 a Globo se mobiliza para encontrar alguém à altura da popularidade de Galvão. Segundo Ooops! apurou, a TV deseja um nome inédito, alguém que "surja" do nada para o estrelato, um nome desconhecido.

A Globo chegou a fazer uma "oficina" de locutores durante algumas semanas em 2009. Oficina é uma espécie de programa de trainee, que é usado para captar novos e jovens talentos no mercado, nas mais diversas áreas.

Os nomes da oficina de locutores foram pinçados pela própria emissora, que acabou encerrando a oficina desapontada: nenhum nome fez sequer a sombra de Galvão.

Por mais que seja criticado na mídia, Galvão Bueno é reconhecido em pesquisas qualitativas e quantitativas como dono de um carisma impressionante --especialmente junto a telespectadoras.

Em 2014 Galvão terá ainda apenas 63 anos e poderá dar vazão à sua vocação de empresário. Por outro lado, a emissora tem Cléber Machado.

Ibope da final da Copa decepciona Globo, mas agrada Band

Foi de apenas 28 pontos de média a final da Copa da África, espanha 1 x 0 Holanda. Esse índice se refere à Grande São Paulo e cada ponto equivale a cerca de 60 mil domicílios sintonizados nessa região.

Os jogos do Brasil marcaram sempre médias acima de 42 pontos. Com a desclassificação brasileira, outros produtos da casa foram afetados, como o Central da Copa, que também perdeu ibope.

Por outro lado, a Band comemorou ter atingido o dobro da audiência com o evento na África. Ontem, obteve média de 11 pontos --o dobro do que costuma obter em jogos do Brasileiro.

O que é Legal

"Lugar de Mulher é na Copa", Bandnews e "Central da Copa", Globo

O programa da Bandnews FM provou a qualquer machista e/ou preconceituoso que mulheres podem e devem não só falar sobre futebol, mas comandar sozinhas uma atração sobre o esporte nacional nº 1. Elas palpitaram, analisaram, riram e fizeram rir durante toda a Copa, com muita inteligência e preparo.

Já o "Central da Copa" não se parece com nada ou com seus coongêneres graças ao âncora, Tiago Leifert: tem vida e personalidade próprias. É a cara de uma nova Globo: menos sisuda, mais bem humorada, mais leve.

O que Irrita

TV Cultura

Uma vergonha o "aparelhamento" de estatais por partidos, sejam quais forem. Mais vergonha ainda se a estatal é uma emissora pública de teledifusão, que pertence ao público e só a ele deveria servi-lo. Se esse princípio vale para a TV Brasil e os petistas, relação sempre criticada por nós, por que não valeria para Cultura e os tucanos? Uma vergonha o "aparelhamento" que está ocorrendo na TV Cultura por militantes do PSDB em pleno ano eleitoral. Nós, telespectadores, estamos de olho.

Assista ou leia a mais notícias exclusivas de TV, música, cinema, além de valiosas informações sobre a vida secreta dos insetos himenópteros da superfamília dos apoídeos... tudo isso no programa Ooops!

Ricardo Feltrin

Ricardo Feltrin é colunista do UOL desde 2004. Trabalhou por 21 anos no Grupo Folha, como repórter, editor e secretário de Redação, entre outros cargos.

UOL Cursos Online

Todos os cursos