Cara como a Band, TV Brasil perde para TV Cultura

Ricardo Feltrin

Ricardo Feltrin

Colunista do UOL
  • Marcello Sá Barreto /Foto Rio News

    Nov.2012 - Leda Nagle, apresentadora do programa "Sem Censura", da TV Brasil

    Nov.2012 - Leda Nagle, apresentadora do programa "Sem Censura", da TV Brasil

A Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), que comanda a estatal TV Brasil, publicou seu balanço no qual afirma ter registrado no ano passado um lucro líquido de R$ 95 milhões, mais de 550% acima do obtido em 2013. Só que não.

Embora tenha usado os termos contábeis corretos, a verdade é que no mundo real a EBC não teve lucro algum. Tudo o que ela chama de "lucro" provém apenas do aumento do repasse de verbas da Contribuição para o Fomento da Radiodifusão.

A Contribuição é um imposto pago por empresas privadas (TVs, operadoras, produtoras) para subsidiar a TV pública. Embora a EBC tenha vários veículos, a TV Brasil é a que usa quase todos os recursos.

O orçamento da TV Brasil este ano, de quase R$ 500 milhões, é quase maior que o da Band. No entanto, o ibope de março mostrou que ela continua na casa dos 0,3 -- menos que a TV Cultura (0,34).

Além disso, boa parte da programação da pública TV Brasil é retirado da própria Cultura -- e são os programas dela, Cultura, que lhe dão as maiores audiências.

Outro lado

Procurada, a direção da Empresa Brasileira de Comunicação se manifestou. Segue a íntegra de sua posição:

"A EBC, em função de sua personalidade jurídica, empresa pública de direito privado constituída sob a forma de sociedade anônima de capital fechado, trabalha com o conceito de lucro líquido do exercício.

O lucro líquido é o resultado obtido pela diferença entre todas as receitas e todos os custos do exercício, independente da fonte de recursos.

Podemos dizer, também, que EBC teve um resultado liquido entre suas receitas e despesas. Ivanir José Bortot, assessor do Diretor Vice-Presidente de Gestão e Relacionamento da EBC."

Ricardo Feltrin

Ricardo Feltrin é colunista do UOL desde 2004. Trabalhou por 21 anos no Grupo Folha, como repórter, editor e secretário de Redação, entre outros cargos.

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